Os números do Censo 2022 do IBGE revelam um cenário preocupante para a Bahia, que registrou a maior perda populacional por migração em todo o Brasil. Os dados indicam que mais de 3,3 milhões de baianos residem atualmente fora do estado. Em contrapartida, apenas cerca de 961 mil pessoas de outras regiões escolheram a Bahia para morar. Essa disparidade resulta em um saldo negativo expressivo: a Bahia perdeu cerca de 2,4 milhões de moradores ao longo do tempo, o que corresponde a 17% de toda a população recenseada no estado.
A Bahia não está sozinha nesse movimento. Das 27 Unidades da Federação, 13 apresentaram mais saídas do que chegadas de moradores, incluindo todos os estados do Nordeste. Após a Bahia, Minas Gerais surge com o segundo maior saldo negativo, com 1,7 milhão de mineiros vivendo em outros estados, seguido por Pernambuco, com uma perda de 1,3 milhão de pessoas.
São Paulo e Goiás atraem a maior parte dos migrantes
Quando o assunto é destino, São Paulo continua sendo o polo de atração mais forte, recebendo mais de 5,7 milhões de pessoas de outras partes do Brasil. Goiás aparece em segundo lugar, com 1,2 milhão de novos habitantes vindos de outros estados, e Santa Catarina em terceiro, com 1,1 milhão.
Fluxo Migratório Recente da Bahia Aponta Redução na PerdaApesar da Bahia deter a maior perda histórica de população natural por migração, os dados do Censo 2022 trazem um contraponto importante: o fluxo migratório de saída recente diminuiu significativamente entre os Censos de 2010 e 2022.
Nos cinco anos anteriores ao Censo 2022 (julho de 2017 a julho de 2022), pouco mais de 327 mil pessoas que moravam na Bahia (independentemente de serem naturais do estado ou não) migraram para outras regiões. No mesmo período, cerca de 285 mil pessoas de outros estados se mudaram para a Bahia.
O saldo migratório recente, embora ainda negativo, aponta uma perda de 41.549 moradores por migração nos últimos cinco anos, com uma taxa líquida de migração de -0,29%. Contudo, a Bahia ocupa apenas a 9ª posição no ranking dos saldos migratórios mais negativos e a 14ª na menor taxa líquida de migração, considerando este período mais recente.
Comparado ao Censo de 2010, a melhora é notável. Naquele levantamento, a Bahia havia registrado um saldo migratório negativo de 237 mil pessoas e uma taxa líquida de migração de -1,69% nos cinco anos anteriores. Isso significa que, no período mais recente, o saldo migratório negativo se reduziu em 82,5%, indicando uma desaceleração na saída de moradores. Esses números acendem um debate sobre os fatores que impulsionam e freiam a migração, e quais políticas públicas podem ser implementadas para reter a população e atrair novos moradores para a Bahia.