Empresário critica ‘geração preguiçosa’ e diz que não contrata mais jovens com menos de 30 anos

Brasil

O empresário Lucas Neto, fundador das empresas Tribo Concursos e Tribo Invest, gerou um intenso debate nas redes sociais ao publicar um vídeo em que afirma não contratar mais pessoas com menos de 30 anos. A declaração, feita como uma “decisão administrativa” após uma reunião, rapidamente viralizou e dividiu opiniões entre internautas.No vídeo, que alcançou milhões de visualizações, Neto explica que sua decisão de “abrir mão conscientemente” de analisar currículos de pessoas mais novas vem de uma percepção de falta de comprometimento. Ele classifica a geração atual como “tão preguiçosa, tão ‘tanto faz'”, e diz que os jovens querem resultados sem se esforçar.”É uma geração que reclama de tudo, mas não se mexe pra mudar nada. Que quer as coisinhas tudo na mão, mas não quer pagar o preço”, desabafa o empresário.Lucas Neto detalha as dificuldades que enfrenta ao contratar talentos mais jovens, citando a falta de experiência em vagas de entrada, mesmo em trabalhos informais como vender picolé ou ajudar em um caixa. Ele lamenta que, mesmo após oferecer treinamento, dar ferramentas, “pegar na mão” e oferecer plano de carreira, muitos “repetem os mesmos erros como se isso fosse normal”.Ele menciona casos de funcionários que pedem aumento sem entregar resultados, faltam ao trabalho por “não estarem a fim” e desistem porque a atividade é “cansativa”.O empresário conclui o vídeo afirmando que a mentalidade de “trabalho é castigo” está equivocada e que o mercado está cada vez mais impaciente com quem não entrega. Ele contrasta o comportamento dos jovens com o de pessoas com mais de 30 ou 40 anos, que, segundo ele, têm mais “sede de vencer, mais responsabilidade e mais garra” por já entenderem o valor de uma oportunidade.Repercussão e debate onlineA declaração do empresário rapidamente se tornou um dos assuntos mais comentados na internet. Nos comentários do vídeo, a opinião se dividiu. Muitos internautas com mais de 30 anos concordaram com a visão de Lucas Neto, compartilhando experiências semelhantes de dificuldade com o comportamento de colegas ou subordinados mais jovens.Por outro lado, a fala do empresário foi alvo de críticas. Muitos jovens e especialistas em RH o acusaram de generalização e de preconceito etário, ou “etarismo”. Argumentam que a falta de comprometimento não é um problema geracional, mas sim individual, e que as condições atuais do mercado de trabalho, com salários baixos e falta de perspectiva, desmotivam os trabalhadores, independentemente da idade.O debate reacende a discussão sobre as expectativas do mercado de trabalho, a diferença de valores entre as gerações e a necessidade de adaptação tanto de empregadores quanto de empregados no cenário profissional contemporâneo.

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