Mais de 11 mil novos casos de infecção por HIV foram registrados entre adolescentes em Salvador e no interior da Bahia. O dado, que preocupa autoridades de saúde e educadores, mostra que a maior parte dos jovens afetados tem entre 14 e 19 anos e reside em comunidades periféricas e favelas.Especialistas apontam que o cenário é resultado de uma combinação de fatores, como o início precoce da vida sexual, a falta de uso de preservativos e a ausência de orientação adequada, tanto familiar quanto escolar. Em muitos casos, meninas adolescentes se envolvem em relações desprotegidas com homens mais velhos, que frequentemente têm múltiplos parceiros e histórico de uso de drogas.A situação é agravada pela dificuldade de diálogo dentro de casa, que impede os jovens de ter acesso a informações seguras sobre sexualidade, autocuidado e responsabilidade. Profissionais de saúde relatam que, sem o suporte adequado, esses jovens acabam se aproximando de figuras ligadas à criminalidade, o que aumenta ainda mais o risco de contaminação por HIV e outras Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs).Diante do quadro, autoridades de saúde reforçam a necessidade urgente de políticas públicas eficazes. A urgência é por ações que incluam educação sexual nas escolas, campanhas de conscientização e a ampliação do acesso a preservativos e testes rápidos. Para especialistas, a prevenção passa necessariamente pelo rompimento do tabu que ainda envolve o tema da sexualidade em muitas famílias e instituições de ensino.
