A Câmara dos Deputados impôs uma dura derrota ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nesta quinta-feira (9), com a medida provisória (MP) que aumentava tributos perdendo a validade, ou seja, “caducando”. O texto precisava ser votado e aprovado até o fim do dia para que suas regras começassem a valer.Antes mesmo de entrar em análise, a maioria dos deputados, sob a liderança do Centrão, aprovou o requerimento para a retirada do projeto da pauta de votações. O movimento sepultou a proposta e frustrou a expectativa do governo de aumentar a arrecadação.Acusações de “Sabotagem”Aliados de Lula não pouparam críticas, classificando a derrota como uma “sabotagem” articulada pela oposição e apontando o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), como um dos principais agentes por trás da articulação.O revés é particularmente sentido por acontecer apenas uma semana após o governo ter celebrado uma vitória com a aprovação da isenção do Imposto de Renda (IR) para quem ganha até R$ 5 mil.Impacto na ArrecadaçãoA proposta que “caducou” hoje tinha sido apresentada como uma versão mais branda e flexível de um decreto anterior, que elevava o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e precisou ser revogado após forte reação do meio político.Com a derrubada da MP, o governo federal perde uma previsão de R$ 20 bilhões em arrecadação. Agora, a equipe econômica terá de correr para buscar fontes alternativas de receita para compensar o rombo e manter as metas fiscais.
