O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) concedeu nesta segunda-feira (20) a licença de operação para a Petrobras perfurar um poço exploratório em águas profundas na região da Foz do Amazonas. A área é considerada estratégica e uma das novas fronteiras de petróleo e gás do país, localizada na chamada Margem Equatorial.
Segundo o Ibama, a aprovação foi dada após uma série de aperfeiçoamentos no projeto apresentado pela Petrobras. A estatal, por sua vez, garantiu ter comprovado a “robustez de toda a estrutura de proteção ao meio ambiente” que será utilizada durante a perfuração.
A Petrobras destacou a importância de novas fronteiras de exploração para “assegurar a segurança energética do país e os recursos necessários para a transição energética justa”.
Início Imediato e Localização
O bloco exploratório, denominado FZA-M-059, está situado a cerca de 500 km da foz do Rio Amazonas e a 175 km da costa, em uma região de mar aberto.
A perfuração deve ter início imediatamente e a previsão de duração é de cinco meses. Nesta primeira fase, o objetivo da estatal é coletar informações geológicas e avaliar se há, de fato, petróleo e gás em escala comercial na área.
Repercussão Política
A decisão foi prontamente comemorada pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, que afirmou que a exploração na Margem Equatorial representa o “futuro da soberania energética” do Brasil.O tema já era defendido por importantes figuras políticas. Antes da aprovação, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva havia afirmado, em diferentes ocasiões, que a exploração na região seria feita com responsabilidade. Lula ressaltou que o Brasil, assim como outros países, não está preparado para abrir mão dos combustíveis fósseis.O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), também se posicionava a favor da licença, argumentando que o Brasil necessita da riqueza proveniente dos royalties dessa exploração.
Críticas Ambientais
Apesar do entusiasmo do governo, a aprovação gerou forte reação de ambientalistas e entidades ligadas à causa. Após a concessão da licença, eles afirmaram que a decisão é um “duro golpe nas políticas ambientais” do país, especialmente às vésperas da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), que ocorrerá no Brasil.Os grupos de defesa do meio ambiente questionam a segurança da operação em uma área de grande sensibilidade ecológica e a contradição de investir em combustíveis fósseis em meio à crise climática global.
